terça-feira, 28 de junho de 2011

Perturbações Globais do Desenvolvimento e Espectro do Autismo

Miguel Azevedo, Presidente da Comissão Executiva da APEE Autismo, estava satisfeito no final da conferência “Novos caminhos nas Perturbações Globais do Desenvolvimento e Espectro do Autismo” declarando que a mesma atingiu os objectivos propostos.
O auditório do Salão Nobre do Município de Matosinhos estave bem recheado de pessoas, apesar de ser um Sábado à tarde e com bastante calor neste princípio de Verão. Quem assistiu deu por bem empregue o tempo disponibilizado.
A Doutora Manuela Sanches iniciou a conferência com uma rectrospectiva da evolução das abordagens ao tema deficiência/incapacidade. O foco da intervenção deve ser nas semelhanças e não nas diferenças...e, devemos estar atentos e ao que a criança pode fazer e não no que não pode.
Estas permissas foram realçadas pela Mestre Vânia Peixoto que começou a sua comunicação por constatação simples: “O Autismo não tem cura.” Daí que metodologia podemos considerar como a melhor para uma intervenção (precoce) terapêutica com as crianças com perturbações do espectro do autismo? “Nenhuma em particular é totalmente eficaz, mas o que resulta melhor é uma combinação das diversas abordagens.”

O Doutor Joseph Morrow centrou a sua comunicação sobre o ABA. Começou por mostrar que a investigação de Ivar Loovas é o suporte do ABA, e na qual a intervenção precoce deve começar o mais cedo possível e o mais intensamente até aos 3 anos de forma a se obterem os melhores resultados. Cerca de 40% das crianças que têm intervenção baseada em ABA conseguem acompanhar os seus colegas numa turma regular pelos 7 anos.
Salientou que o Estado da Califórnia fornece de forma gratuita os serviços terapêuticos de intervenção precoce tendo em vista que tal investimento resultará, no futuro, numa diminuição do valor pago pela institucionalização de cada pessoa com autismo.
Embora não fosse citado, um artigo publicado em Março deste ano na revista Pediatrics faz uma revisão da sistematização da intervenção precoc e em autismo e conclui que “os estudos baseados na metodologia de Loovas e as variantes de intervenção precoce comportamental e o Modelo de Denver de Intervenção Precoce mostram algumas melhorias no desempenho cognitivo, nas habilidades comunicativas e no comportamento adaptativo de algumas crianças com perturbações do espectro do autismo, embora a literatura esteja limitada por aspectos metodológicos.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Asperger. Será?

Na escola são crianças que apresentam geralmente um bom desempenho académico e, por isso, para os pais é incompreensível que os filhos compreendam perfeitamente raciocínios matemáticos complexos mas desconheçam as regras básicas para fazer amigos.

É sobretudo o sentimento de estranheza que leva os pais à consulta. São pais que consideram que os seus filhos têm algo de estranho, mas não conseguem definir exatamente o que os torna diferentes. Curiosamente, quando falamos com os filhos também eles partilham este sentimento de que algo os diferencia das outras pessoas.

Os pediatras, a quem por vezes estes pais pedem ajuda, habitualmente consideram que tudo está bem e não há razão para preocupação.

Na escola são crianças que apresentam geralmente um bom desempenho académico e, por isso, para os pais é incompreensível que os filhos compreendam perfeitamente raciocínios matemáticos complexos mas desconheçam as regras básicas para fazer amigos.

Frequentemente estas crianças confundem-se com as que apresentam défice de atenção, pois muito habitualmente parecem viver no mundo da lua. Há já alguns anos atrás, uma mãe relatou-me que, na tentativa de curar o filho de algo que ela própria não entendia muito bem, o levara a Espanha, quando este frequentava o primeiro ciclo de escolaridade, e que lá lhe fizeram uma terapia complexa, cujos fundamentos não consegui perceber. A terapia não surtira os resultados desejados e só quando o filho tinha 14 anos descobriram o que o tornava um pouco mais diferente dos outros, tinha a síndrome de Asperger (SA).

Tal como qualquer criança ou jovem, os detentores da síndrome apresentam talentos e dificuldades. No entanto, as suas capacidades e lacunas são em áreas muito específicas, pelo facto de o seu cérebro ser muito bom a processar determinado tipo de informação, como, por exemplo, factos e números, e apresentar dificuldade em compreender o que as pessoas pensam, sentem e comunicam.

O facto de cada criança ser diferente de todas as outras leva a que nem sempre se faça um diagnóstico imediato. Recordo-me que andei quase um ano letivo para perceber que uma jovem que estava em acompanhamento apresentava SA. Andava à procura de algo diferente, dado que a preocupação que motivou o seu encaminhamento se prendia com problemas que não eram indiciadores de que esta menina apresentasse a síndrome em questão.

Na minha prática profissional vou constatando que, à volta desta síndrome, há ainda um grande desconhecimento. Por isso, penso que fará algum sentido refletir sobre algumas características destas pessoas, que frequentemente são pensadores originais e que se poderão tornar especialistas nas suas áreas de interesse. Como diria Tony Attwood, um psicólogo australiano com uma grande experiência em SA, o mundo precisa de pessoas com estas características. Penso que o seu raciocínio está correto e que, se compreendermos a forma muito típica de estar dos portadores de SA, os acharemos pessoas deliciosas e encantadoras, sobretudo porque são muito genuínos e sem malícia.

Comecemos pelos talentos. As crianças com SA têm habitualmente muito boa memória e apresentam um largo conhecimento numa área de interesse, por exemplo, clubes de futebol, dinossauros ou vida marinha. A matemática e a informática são frequentemente áreas fortes. Existe um elevado número de pessoas famosas que apresentam muitos traços característicos de SA: Bill Gates e Einstein são dois exemplos muito citados. Na Internet existe uma lista absolutamente fabulosa de personalidades famosas que se suspeita terem SA.

Uma das dificuldades mais acentuadas nestes jovens é a interação social porque apresentam uma grande dificuldade em compreender a linguagem corporal e em saber o que a outra pessoa está a pensar ou a sentir. Recordo-me de, num atendimento com uma pré-adolescente com SA, cujo diagnóstico ainda não estava definido, esta começar a chorar quando lhe pedi para explicar os seus sentimentos. Mais tarde, percebi que as suas lágrimas traduziam a sua frustração por não conseguir dar resposta à tarefa que lhe propus.

Ainda agora comecei e já se esgotaram os caracteres permitidos neste espaço! Outras especificidades e sugestões serão apresentadas num próximo artigo.

Por Adrana Campos, Psicóloga. Fonte AQUI

domingo, 19 de junho de 2011

Percepção Sensorial no Autismo e Síndrome de Asperger

Formato: Formação
Oradora : Olga Bogdashina
Data: 14 e 15 de Outubro de 2011
Local: Braga, a designar.
Horário: Ver programa do curso em www.aia.org.pt
Sinopse: A capacidade de perceber com precisão os estímulos do ambiente é fundamental para muitas áreas do funcionamento académico, social e comunicativo. Embora as pessoas com autismo vivam no mesmo mundo físico e lidem com a mesma “matéria prima” do mundo, a sua percepção é notavelmente diferente do de pessoas não-autistas. É amplamente reconhecido que as pessoas autistas têm experiências sensorias e perceptivas 'incomuns' que podem envolver hiper ou hipo sensibilidade e uma flutuação entre os diferentes "volumes" da percepção e da dificuldade em interpretar o sentido
Muitas vezes, ignorado por muitos profissionais, este é um dos principais problemas destacados pelos indivíduos autistas.
A formação é fundamental para pais, professores, educadores e todos os profissionais que trabalham com indivíduos autistas e aspergers, de forma a compreenderem plenamente as diferenças de percepção sensorial no autismo.

Preçário
:
Valores em Euros Até 15/9 // 15/9 – 30/09
Mod 1 -Associados e estudantes de licenciatura 60 // 85
Mod 2 - Parceiros e Estudante Pós Grau 70 // 100
Mod 3 - Profissionais e Público em Geral 80 // 115
*Para ter acesso à tradução em simultâneo p/ Português acresce 5€ pela utilização do equipamento. Os slides poderão ser seguidos em papel, traduzidos quer em português quer em castelhano.
NIB : O pagamento deve ser efectuado por cada modalidade dentro dos prazos estabelecidos acima e para a conta 0036 0101 9910 0052 9490 8 (AIA)

Inscrição:
Em www.aia.org.pt e no menu Olga Bogdashina, ou
Enviar e-mail p/ eventos@aia.org.pt com nome, profissão, telefone, e-mail (caso não seja o da inscrição), modalidade em que se inscreve e se necessita de serviços de tradução.
Telemóvel: 936859219

Sobre Olga Bogdashina:

Ph. D. em Linguística, MA Ed. em Autismo, MSc em Psicologia e MA em Métodos de Ensino
A Porf. Olga Bogdashina é uma consultora em Autismo e oradora convidada em Estudos Autistas. Tem trabalhado extensivamente no campo do autismo, como professora, oradora e pesquisadora, com particular interesse em problemas sensoriais / percepcionais e de comunicação no autismo.
Desde 1994 Olga é Presidente da Sociedade de Autismo (“do desespero à esperança”) e a directora do primeiro Centro de Dia para crianças autistas em Gorlovka, Ucrânia.
Olga ensina e participa em conferências no Reino Unido e na Europa.
Consultora Associada do ICEP Europa (Institut of Child Education and Psychology)
Conferências, Apresentações e Publicações
Fez mais de 120 apresentações em conferências e congressos na Europa.
Escreveu artigos (publicados em jornais Ingleses, Holandeses, Polacos e Italianos), material para conferências e capítulos de livros (Autism – The search for Coherence “Autismo – a procura da coerência” (2001), ed. Richer, J. & Coates, S.) e Approaches to Autism “Abordagens ao Autismo” (2007)
Os livros de Olga publicados reflectem o seu interesse específico na pesquisa do autismo:
- Sensory Perceptual Issuesin Autism and Asperger Syndrome (Questões Perceptuais e Sensoriais no Autismo e Síndrome de Asperger): experiências sensoriais diferentes – mundos perceptuais diferentes (2003), publicações Jessica Kingsley;
- Communication Issues in Autism: Do we speak the same language? (Questões de comunicação no Autismo: falaremos a mesma linguagem?) (2004) Publicações Jessica Kingsley;
- Theory of Mind and the Triad of Perspectiveson Autism and Aspeger Syndrome (Teoria da Mente e a Tríade de Perspectivas no Autismo e na Síndrome de Asperger) (2005) Publicações Jessica Kingsley;
- Autism and the Edges of the Known World: Sensitivities, Language and Constructed Reality(Autismo e as arestas do Mundo Conhecido: Sensibilidades, língua e Realidade Construída) (2010).
Alguns dos livros foram traduzidos para Holandês, Espanhol, Norueguês, Húngaro, Italiano, Sueco, Hebraico e Francês.
Olga tem um filho (23) com Autismo e uma filha (20) com Síndrome de Asperger.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Aula de Surf


Formato: Actividade ao ar livre

Data: 26 de Junho

Hora: 10 h

Local: Praia de Matosinhos

Sinopse: A APEE Autismo vai realizar mais uma aula de surf para crianças e jovens com PEA e aberta a toda a comunidade. A aula decorrerá como sempre na praia de Matosinhos e é acompanhada pela escola de Surf - Surfing Life Club.

Inscrições: Através do e-mail apeeautismo@gmail.com

Custo: 10 € por criança/jovem (estes deverão ser sempre acompanhados por um adulto), com direito a fato para as duas pessoas, uma prancha e utilização dos balneários da escola.

Página web: apee-autismo.blogspot.com

Contacto: apeeautismo@gmail.com

Abordagem Terapêutica nas PEA

Tema: Abordagens Terapêuticas nas PEA
Formato: Seminário
Data: 15 de Julho de 2011
Horas: 09h00
Local: Auditório Nobre da Escola Superior de Ciências Empresariais do Instituto Politécnico de Setúbal
Sinopse: O seminário abordará os seguintes temas: VALIDAÇÃO CIENTÍFICA DAS TERAPIAS NO ESPECTRO DO AUTISMO, INTEGRAÇÃO SENSORIAL E UTILIZAÇÃO DA WII EM CRIANÇAS COM PERTURBAÇÕES DO ESPECTRO DO AUTISMO, INTERVENÇÃO PRECOCE, CRI – CENTRO DE RECURSOS INTEGRADOS, ABA - Applied Behavioral Analysis, SON-RISE, e MÉTODO DAN.
Custo: Associados e estudantes 25€ / Não associados 30€ (Almoço Incluído) - NIB: 003507740013867853088 da Caixa Geral de Depósitos
Inscrição: Ver formulário na página web
Contactos:
Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo Setúbal
Avenida 5 de Outubro, Edifício Bocage, 148 - 4.º L, 2900-309 Setúbal
Tel./Fax: 265 501 681 265 501 681
E-mail: appda-setubal@sapo.pt
Sítio web: http://www.appda-setubal.com

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Análise Comportamental Aplicada no tratamento do Autismo

Título: Estudos recentes da Análise Comportamental Aplicada no tratamento do Autismo
Formato: Palestra
Data: 22 Junho de 2011
Hora: 18h
Local: Fórum Municipal Romeu Correia – Auditório Fernando Lopes Graça (Almada)
Sinopse: A análise comportamental aplicada tem-se mostrado como uma tecnologia altamente eficaz no tratamento do autismo. A palestra irá rever as bases históricas do ABA, incluíndo o importantíssimo trabalho de Ivar Loovas, bem como os resultados das actuais pesquisas serão também apresentados.
A Palestra será proferida por Joseph E. Morrow, Ph.D., B.C.B.A. Professor de Psicologia e Análise Comportamental (Emeritus) da Universidade do Estado da Califórnia, Sacramento; Administrador da Fundação B.F. SKINNER; Presidente da ABC, Inc.
Inscrições: E-mail p/ geral@centroabcreal.com com o nome, profissão e razão de interesse.
Custo: Gratuito
Contacto: Centro ABC Real
www.centroabcreal.com
T. 964042747

EDP Solidária


Projectos Vencedores em 2011 de Associações na área das PEA.
Parabéns e sucesso nos V. projectos.


APPDA - Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo – SETÚBAL
INOVAUTISMO: Criar o Gabinete de Atendimento e Acompanhamento-apoiar, orientar e acompanhar a família desde o diagnóstico, com recurso a profissionais qualificados, implementando o “Kit de Primeiro Apoio pós diagnóstico de PEA”, que contempla toda a informação necessária para as escolhas das famílias; - Implementar uma Bolsa de profissionais e voluntários de “babysitting especializado” assegurando-lhes formação inicial e especialização na área do autismo, acompanhamento e avaliação
240 Pessoas com PEA
Setúbal

Associação Portuguesa de Síndrome de Asperger – APSA
CASA GRANDE - Criação e equipamento de uma Cozinha: Espaço de formação prática em contexto laboral e de preparação para o trabalho, de forma a desenvolverem competências pessoais e de desempenho profissional, após a qual as pessoas serão integradas em regime de emprego apoiado. Pretende-se que seja para cada pessoa uma etapa de transição para a vida activa, onde cada utente vai alternando pelas várias valências e serviços, experimentando várias áreas de formação e de aprendizagem.
25 pessoas com SA
Benfica (Lisboa)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Universidade do Porto

Uma equipa de investigadores da Universidade do Porto está a desenvolver um novo método para ajudar as crianças autistas a desenvolver e manifestar emoções. Trata-se de um jogo de computador que pode facilitar a relação destas crianças com quem as rodeia. O autismo é uma disfunção que afecta precisamente a capacidade de relacionamento e deixa os doentes praticamente isolados do mundo.

sábado, 4 de junho de 2011

Intervenção no Autismo

Formato: Formação
Data: 8 a 10 de Julho
Hora: 20 h de formação (Sex. 16/22h, Sáb. 9/13h e 14/18h, Dom. 9/13h)
Local: Riba de Ave (R. 25 de Abril - Ed Ribaparque - loja 20)
Sinopse: A Perturbação do Espectro do Autismo é uma perturbação pervasiva do desenvolvimento, isto é, afecta todas as áreas de funcionamento das pessoa em sociedade.
Os formandos deverão ser capazes de reconhecer as principais caracteristicas da pessoa com autismo, assim como conhecer as diferentes abordagens de intervenção. Deverão, ainda, ser capazes de seleccionar adeuadamente as estratégias de intervenção mais efectivas, de caso para caso e em diferentes contextosde intervenção.
Inscrições: Obrigatória (ver contactos)
Custo: 25€
Página web:
Contacto: Telemv 912341725 / 913610986 / 966428585

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Assinatura Protocolo Inclusão Crianças e Jovens Autistas no Escotismo

Formato: Cerimónia de Assinatura de Protocolo para a Inclusão de Crianças e Jovens com Autismo no Escotismo
Data: 18 de Junho de 2011
Horas: 17h00
Local: Salão Nobre dos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Setúbal
Sinopse: A APPDA-Setúbal, o Corpo Nacional de Escutas e a Associação de Escoteiros de Portugal celebram protocolo com os seguintes objectivos: sensibilizar os agrupamentos e grupos de escoteiros/escuteiros, os pais e restante comunidade para a inclusão das crianças e jovens com perturbações do espectro do autismo no escutismo; divulgar a toda a comunidade, através dos respectivos sites, as iniciativas relacionadas com as perturbações do espectro do autismo e que sejam dinamizadas pelas entidades envolvidas neste protocolo; dinamizar acções de sensibilização e formação para dirigentes sobre as crianças e jovens com perturbações do espectro do autismo, com o intuito de desenvolver estratégias que permitam inserir estas pessoas nos agrupamentos e grupos de escoteiros/ escuteiros.

Contactos:
Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo Setúbal
Avenida 5 de Outubro, Edifício Bocage, 148 - 4.º L, 2900-309 Setúbal
Tel./Fax: 265 501 681 265 501 681
E-mail: appda-setubal@sapo.pt
Sítio web: http://www.appda-setubal.com